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quarta-feira, 13 de junho de 2012
Técnica da dobradura japonesa está em exposições e oficinas em SP
(texto de Valéria França em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080502/not_imp166154,0.php)
Tudo começa com um quadrado de papel branco sobre a mesa que, depois de passar por sucessivas e estratégicas dobraduras, vira um pássaro. E desse mesmo papel podem surgir cestos, luminárias e buquês de flores. Técnica japonesa chamada de origami, a arte da dobradura ganhou destaque entre as exposições paulistanas no centenário da imigração japonesa.
Até domingo, a mostra Frutos da Terra divulga o trabalho de 14 mestres do origami. Haverá também oficinas gratuitas, das 10 às 17 horas, ministradas por 19 professores, no Espaço Cultural do Comércio e Imprensa de São Paulo, na Liberdade, região central. Os alunos pagam apenas o material usado. "A idéia é mostrar como a cultura brasileira assimilou a arte japonesa", diz Marilu Queiroz, uma das coordenadoras.
Até por isso a mostra não é feita apenas por japoneses e descendentes. Filha de armênios, Verônica Jamkojian é uma das convidadas. Do seu ateliê em Higienópolis, zona oeste da capital, saem enfeites para vitrines de lojas, editoriais de moda e, principalmente, festas infantis. Há 20 anos trabalhando profissionalmente com origamis, Verônica faz qualquer coisa com papel. "Mas é muito comum os clientes trazerem projetos personalizados."
Ela já construiu bolo de morango, urso panda, luminária, caixa de presente e diversos modelos de oribans - arranjos florais, que seguem a estrutura dos ikebanas. As esculturas reproduzem fielmente o volume, a forma e até a delicadeza da figura desejada - é o caso, por exemplo de flores como orquídeas e rosas. Verônica dá dicas sobre a técnica no domingo, às 10 horas.
Outro destaque da exposição é a arquiteta Bassy Machado, dona de uma empresa de cartões comemorativos recheados com figuras tridimensionais. Fundada há mais de duas décadas, a Origami Arquitetura de Papéis fornece itens para as principais papelarias da cidade, incluindo Saraiva, Siciliano e Papel Magia.
Criados manualmente, os cartões são finalizados no computador para dar vazão à produção em escala. "Ofereço mais de cem modelos diferentes", diz Bassy. "As figuras tridimensionais dos cartões têm os mesmos princípios de uma maquete." Sua incursão pelo mundo dos origamis aconteceu na década de 80, quando viajou ao Japão para fazer uma especialização em arquitetura.
VESTIDO DE DOBRADURA
"A técnica do origami hoje é usada em áreas surpreendentes", ressalta Bassy. Até na moda, há quem se inspire nessa arte oriental. É o caso da estilista Mitiko Sumitani, de 26 anos. Em 2006, ainda estudante da Universidade Anhembi-Morumbi, ela confeccionou oito vestidos de origamis para apresentar como trabalho de conclusão de curso . "Troquei o papel pelo tecido. Para isso, tive de desenvolver uma técnica especial", diz Mitiko. "O jeito que encontrei foi engomar o tecido e depois fazer as dobraduras com o auxílio do ferro." Mitiko só não conseguiu incorporar a idéia a um esquema comercial. "É ainda um hobby, mas já tem gente me procurando para fazer cursos."
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